O segundo nanossatélite brasileiro e primeiro Cubesat nacional, o
NanosatC-BR-1, será levado ao espaço em maio próximo pelo foguete russo
DNPER.
De acordo com os pesquisadores Otávio Durão e Nélson Schuch, do INPE,
o lançamento pode ser antecipado para abril, uma vez que a Agência
Espacial Brasileira (AEB) já liberou os recursos necessários para a
finalização, lançamento e operação do NanosatC-BR-1.
Os últimos testes com o modelo de voo - o satélite sem os painéis
solares e antenas - serão realizados em Fevereiro, o que abre a
possibilidade da antecipação do lançamento.
Cubesat brasileiro
O NanosatC-BR-1 é um pequeno satélite científico (pouco mais de um
quilograma) e o primeiro cubesat desenvolvido no país, produzido em
parceria pelo INPE e pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
O destaque tecnológico desta missão é o teste em ambiente espacial de
um circuito integrado projetado na UFSM e fabricado por uma indústria
brasileira.
Ele também levará ao espaço dois instrumentos científicos, um
magnetômetro e um detector de partículas de precipitação, para o
monitoramento em tempo real do geoespaço.
Os instrumentos permitirão o estudo da precipitação de partículas
cósmicas e de distúrbios na magnetosfera sobre o território nacional,
com vistas a determinar seus efeitos em regiões como a da Anomalia Magnética no Atlântico Sul (Sama, sigla em inglês) e do setor brasileiro do eletrojato equatorial.
A Sama é uma "falha" do campo magnético terrestre nesta região, que
fica sobre o Brasil, explica Durão. Como consequência desta anomalia, há
um maior risco da presença de partículas de alta energia na região, que
podem afetar as comunicações, redes de distribuição de energia, os
sinais de satélites de posicionamento global (como o GPS), ou mesmo
causar falhas de equipamentos eletrônicos como computadores de bordo.
O primeiro nanossatélite nacional foi o Unosat-1, das universidades
Norte do Paraná (Unopar) e Estadual de Londrina (UEL), que foi destruído
no acidente com o VLS-1 no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no
Maranhão, em 2003.
O NanosatC-BR-1 é um pequeno satélite científico com pouco mais de um quilograma. [Imagem: AEB]
O segundo Cubesat do programa, o NanosatC-BR-2, está em fabricação e a expectativa é de que ele seja lançado em 2015.
Nanos satélites
A Estação Terrena de Santa Maria, que monitorará o cubesat em órbita,
e a que fica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José
dos Campos (SP), já estão em operação, recebendo dados de vários
cubesats lançados por outros países.
Para Durão, a tendência é de que o incremento do segmento de
nanos satélites continuará em aceleração, "pois sua produção e
desenvolvimento são rápidos, porque muitos dos componentes são ofertados
por diversas empresas de vários países, facilitando a aquisição" - são
os chamados componentes de prateleira.
Outra vantagem é que o custo para a produção de nanos satélites é
baixo em relação aos satélites de grande porte, e eles podem desempenhar
várias das funções dos seus equivalentes maiores.
Além da exigência de menos recursos, a difusão de informações entre
as instituições de pesquisa e ensino permite que cada vez mais países
tenham seus cubesats. Na América Latina, têm esses equipamentos a
Argentina, o Equador, o Peru e a Colômbia, cujo nanossatélite é o mais
antigo do continente em operação.
Fonte -
SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Nanossatélite brasileiro pronto para ir ao espaço. 28/01/2014. Online. Disponível
em www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=nanossatelite-brasileiro. Capturado
em 25/02/2014.
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