Um estudo encomendado pelo próprio Estado do Rio de Janeiro já alertava, desde novembro de 2008, sobre o risco de uma tragédia na região serrana fluminense --como a que ocorreu na última segunda-feira e que já deixou ao menos 547 mortos--, informa a reportagem de Evandro Spinelli publicada na edição deste sábado da Folha (íntegradisponível para assinantes do jornal e do UOL).
A situação mais grave, segundo o relatório, era exatamente em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, os municípios mais devastados pelas chuvas e que registram o maior número de mortes. Essas cidades tiveram, historicamente, o maior número de deslizamentos de terra.
O estudo apontou a necessidade do mapeamento de áreas de risco e sugeriu medidas como a recuperação da vegetação, principalmente em Nova Friburgo, que tem maior extensão de florestas.
Quanto a Petrópolis e Teresópolis, o estudo informou que as cidades convivem com vários fatores de risco diferentes --boa parte da área urbana em montanhas e planícies fluviais-- e podem ser atingidas por desastres "capazes de gerar efeitos de grande magnitude".
Sobre Nova Friburgo, o documento relata que boa parte de sua população vive em áreas de risco. A cidade registra um dos maiores volumes de chuva do Estado do Rio.
TRAGÉDIA
Ainda na noite de quarta-feira (7), bombeiros trabalham no resgate das vítimas no Morro do Bumba, em Niterói
Deslizamento de terra no Morro do Bumba, em Niterói, soterrou dezenas de casas e fez o número de mortos no Estado passar de 150. A favela havia sido construída em cima de um lixão.
Uma comunidade inteira, com cerca de 60 casas, desapareceu na noite de quarta-feira (8) em Niterói, no Rio de Janeiro, após um deslizamento no Morro do Bumba, no bairro Cubango, causado pelas fortes chuvas que atingem o Estado desde o início da semana. Tanto quanto a destruição e as mortes, a situação anterior da comunidade mostra a dimensão do descaso do poder público no país: a favela foi construída em cima de um aterro sanitário.
Uma comunidade inteira, com cerca de 60 casas, desapareceu na noite de quarta-feira (8) em Niterói, no Rio de Janeiro, após um deslizamento no Morro do Bumba, no bairro Cubango, causado pelas fortes chuvas que atingem o Estado desde o início da semana. Tanto quanto a destruição e as mortes, a situação anterior da comunidade mostra a dimensão do descaso do poder público no país: a favela foi construída em cima de um aterro sanitário.
O próprio secretário de Saúde e Defesa Civil do governo do Rio, Sérgio Côrtes, explicou a trágica situação e revelou que não sabia da construção de casas em meio ao lixão. "Subi o morro e comecei a sentir um cheiro estranho. Quando acendi a lanterna, vi que estava em cima de lixo", disse ele segundo o G1. "Os moradores disseram que isso era um aterro sanitário", afirmou.
O resgate começou a ser feito pelos próprios moradores, logo após ao desabamento. Em seguida, o Corpo de Bombeiros e homens da Força Nacional de Segurança foram enviados ao local. As cenas da busca por sobreviventes lembraram a tragédia do Haiti. Até as 5 horas desta quinta-feira, 27 pessoas foram retiradas dos escombros, das quais cinco mulheres e um menino sem vida. As outras 21 vítimas, entre elas oito crianças que frequentavam duas creches existentes no local e que também vieram abaixo, foram encaminhadas para hospitais de Niterói.
A situação em Niterói é tão caótica e absurda que, na manhã desta quinta, os responsáveis pelo resgate decidiram interromper as buscas manuais. Segundo a Folha, por conta da grande presença de lixo, há um risco grande de contaminação. Só as máquinas, como as retroescavadeiras, continuarão operando, enquanto os bombeiros terão que esperar a chegada de material especializado.
REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA ESTADO
Algumas fotos da tragédia em Angra dos Reis - Janeiro de 2010
Imagem aérea mostra a região do desabamento que atingiu a pousada Sankay
Morro da Carioca
NADA MUDOU
O que mudou da tragédias anteriores para esta de 2011 eu vejo que nada, aliás, aumentou sim, o descaso que é cada vez maior. Não tem sentido as forças armadas terem de ser solicitados ou o governo federal ter que liberar para assim começar o auxilio nos casos de catástrofe. O que os soldados ficam fazendo em suas bases? Porque são enviados para missão de paz em outros países enquanto o nosso vive uma falsa sensação de que está tudo muito bem obrigado.
Estamos assistindo pelos meios de comunicação que muitos locais ainda não receberam nenhum tipo de auxílio, isso depois de de 7 dias, pois o incidente ocorreu terça feira dia 10.
Aonde está o Sr. planejamento no que tange a prevenção, eu não sei e você sabe? Caso saiba passe o endereço dele para os governantes e quem sabe assim eles começam a fazer algo. Falta de efetivo não é desculpa, até porque se colocarem anúncios pedindo cidadãos voluntários que sejam capacitados para elaborarem projetos para estas áreas vai faltar espaço para atender todos eles.
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