terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Em Teresópolis, Prefeitura briga com Igreja e Cruz Vermelha por doações.


Aonde iremos parar com este conflito que em nada contribui com os flagelados deste incidente?

Por Bruno Boghossian e Roberta Pennafort - O Estado de S. Paulo
RIO e TERESÓPOLIS - De um lado, donativos que chegam às toneladas de todo o País; de outro, a falta de entrosamento entre a prefeitura de Teresópolis e organizações que tentam fazê-los chegar de modo mais eficiente a quem precisa, como a Cruz Vermelha e a Igreja Católica, cuja iniciativa, segundo voluntários, está sofrendo obstrução por parte do poder público. Até médicos foram impedidos de trabalhar. Enquanto isso, milhares de desabrigados ainda têm dificuldades para conseguir água, alimentos e artigos básicos para sua sobrevivência.
Hoje, voluntários da Cruz Vermelha relataram que funcionários da prefeitura tentaram impedir a saída de carregamentos do galpão montado pela organização internacional no centro da cidade. A prefeitura nega. "Está acontecendo uma briga de egos aqui em Teresópolis. A prefeitura determinou que nada pode ser entregue sem sua autorização", disse Jairo Gama, um dos cem voluntários da Cruz Vermelha em atividade na cidade.
Numa reunião entre as duas partes, a prefeitura decidiu que iria centralizar a entrega do material. A Cruz Vermelha, no entanto, acredita que tenha condições de fazer um trabalho mais direcionado, já que dispõe de informações precisas sobre as necessidades de cada localidade.
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Apesar da intervenção da prefeitura, a Cruz Vermelha continuou fazendo entrega de material hoje - montou um ponto de distribuição em outro ponto da cidade. "O que a gente quer é evitar o desperdício. Por exemplo: não adianta entregar 30 quilos de arroz a uma pessoa de uma vez só", explicou Luiz Alberto Sampaio, presidente da Cruz Vermelha no Rio.
O prefeito de Teresópolis, Jorge Mário Sedlacek, negou que houvesse qualquer problema de entendimento. "Uma operação como esta precisa de um comando centralizado. Está todo mundo cooperando. Não temos dificuldade com ninguém", afirmou. Mas no domingo, segundo relatos de voluntários, até a polícia teria, a mando da prefeitura, tentado impedir a saída de um caminhão.
Mesmo médicos que estão em Teresópolis para prestar atendimento gratuito à população sofreram impedimento de sair da base da Cruz Vermelha por funcionários da prefeitura. Isso ocorreu hoje de manhã. À tarde, numa reunião, ficou definido que a Cruz Vermelha atuará no atendimento nas cinco localidades mais castigadas. Mas a princípio estaria impedida, oficialmente, de entregar donativos.
A prefeitura de Teresópolis está sendo acusada também de impedir a distribuição de donativos por parte da Igreja Católica. Segundo o padre Paulo Botas, integrantes da comunidade católica que foram até o estádio Pedrão ouviram de funcionários municipais que "nenhuma igreja católica de Teresópolis iria receber doações". A prefeitura desmente a informação - diz que a religião dos desabrigados não é fator levado em consideração.
"O prefeito é evangélico e não quer que a ajuda vá para os católicos", critica o padre, da igreja do Sagrado Coração de Jesus de Barra do Imbuí, área bastante afetada pelas chuvas. Ele contou que foi alugado um galpão na frente da igreja, para onde seriam levados roupas e alimentos que emissários recolheriam do montante estocado no Pedrão.
Sem querer entrar em detalhes sobre a religião do prefeito, o padre Mario José Coutinho, decano da Diocese de Petrópolis, disse que a situação é de boicote à Igreja Católica. "É surreal, uma ofensa, uma vergonha. Transformaram uma questão humanitária em religiosa". Nesta terça, antes de rezar uma missa de sétimo dia no Imbuí, o bispo de Petrópolis, dom Filippo Santoro, terá uma reunião com o prefeito para discutir o assunto.




sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Repúdio em relação ao desastre no Rio

Aonde está o governo?


Não consigo acreditar que escutei hoje pela manhã uma triste notícia na Band News FM de que 600 homens do corpo de bombeiros irão deixar a região serrana e que depois de 10 dias alguns locais ainda não foram acessados.
Indignação a um governo que não está sabendo administrar um problema de forma correta e que ainda quer mandar ou manda tropas para outras países para assim cuidar da ordem.  
Repúdio a este mesmo governo que só liberou após 4 dias homens das forças armadas para assim colaborar nos evento decorrentes da tragédia. Outro ponto que não se pode deixar de mencionar e aonde esta a elite destas forças, até porque o noticiário informa que após 10 dias algumas cidades ou bairros não receberam nenhum tipo de contato/visita por parte das autoridades.
O cidadão não tem obrigação exclusiva em toda tragédia ter que colaborar com alimentação, vestimentas, moradia, dinheiro, medicamentos, buscas e tudo mais, pois o estado arrecada e ele tem a obrigação de fazer a sua parte.



segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Rio foi alertado em 2008 sobre os riscos de desastre na Região Serrana

Um estudo encomendado pelo próprio Estado do Rio de Janeiro já alertava, desde novembro de 2008, sobre o risco de uma tragédia na região serrana fluminense --como a que ocorreu na última segunda-feira e que já deixou ao menos 547 mortos--, informa a reportagem de Evandro Spinelli publicada na edição deste sábado da Folha (íntegradisponível para assinantes do jornal e do UOL).
A situação mais grave, segundo o relatório, era exatamente em Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo, os municípios mais devastados pelas chuvas e que registram o maior número de mortes. Essas cidades tiveram, historicamente, o maior número de deslizamentos de terra.
O estudo apontou a necessidade do mapeamento de áreas de risco e sugeriu medidas como a recuperação da vegetação, principalmente em Nova Friburgo, que tem maior extensão de florestas.
Quanto a Petrópolis e Teresópolis, o estudo informou que as cidades convivem com vários fatores de risco diferentes --boa parte da área urbana em montanhas e planícies fluviais-- e podem ser atingidas por desastres "capazes de gerar efeitos de grande magnitude".
Sobre Nova Friburgo, o documento relata que boa parte de sua população vive em áreas de risco. A cidade registra um dos maiores volumes de chuva do Estado do Rio.



O desastre no Rio só aumenta - Notícia de Abril de 2010.
TRAGÉDIA
Ainda na noite de quarta-feira (7), bombeiros trabalham no resgate das vítimas no Morro do Bumba, em Niterói
Deslizamento de terra no Morro do Bumba, em Niterói, soterrou dezenas de casas e fez o número de mortos no Estado passar de 150. A favela havia sido construída em cima de um lixão. 
Uma comunidade inteira, com cerca de 60 casas, desapareceu na noite de quarta-feira (8) em Niterói, no Rio de Janeiro, após um deslizamento no Morro do Bumba, no bairro Cubango, causado pelas fortes chuvas que atingem o Estado desde o início da semana. Tanto quanto a destruição e as mortes, a situação anterior da comunidade mostra a dimensão do descaso do poder público no país: a favela foi construída em cima de um aterro sanitário.
O próprio secretário de Saúde e Defesa Civil do governo do Rio, Sérgio Côrtes, explicou a trágica situação e revelou que não sabia da construção de casas em meio ao lixão. "Subi o morro e comecei a sentir um cheiro estranho. Quando acendi a lanterna, vi que estava em cima de lixo", disse ele segundo o G1. "Os moradores disseram que isso era um aterro sanitário", afirmou.
O resgate começou a ser feito pelos próprios moradores, logo após ao desabamento. Em seguida, o Corpo de Bombeiros e homens da Força Nacional de Segurança foram enviados ao local. As cenas da busca por sobreviventes lembraram a tragédia do Haiti. Até as 5 horas desta quinta-feira, 27 pessoas foram retiradas dos escombros, das quais cinco mulheres e um menino sem vida. As outras 21 vítimas, entre elas oito crianças que frequentavam duas creches existentes no local e que também vieram abaixo, foram encaminhadas para hospitais de Niterói.
A situação em Niterói é tão caótica e absurda que, na manhã desta quinta, os responsáveis pelo resgate decidiram interromper as buscas manuais. Segundo a Folha, por conta da grande presença de lixo, há um risco grande de contaminação. Só as máquinas, como as retroescavadeiras, continuarão operando, enquanto os bombeiros terão que esperar a chegada de material especializado.

REDAÇÃO ÉPOCA, COM AGÊNCIA ESTADO
LInk - http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI132019-15223,00.html



Algumas fotos da tragédia em Angra dos Reis - Janeiro de 2010

  Imagem aérea mostra a região do desabamento que atingiu a pousada Sankay




Morro da Carioca



NADA MUDOU
O que mudou da tragédias anteriores para esta de 2011 eu vejo que nada, aliás, aumentou sim, o descaso que é cada vez maior.  Não tem sentido as forças armadas terem de ser solicitados ou o governo federal ter que liberar para assim começar o auxilio nos casos de catástrofe.  O que os soldados ficam fazendo em suas bases? Porque são enviados para missão de paz em outros países enquanto o nosso vive uma falsa sensação de que está tudo muito bem obrigado.
Estamos assistindo pelos meios de comunicação que muitos locais ainda não receberam nenhum tipo de auxílio, isso depois de de 7 dias, pois o incidente ocorreu terça feira dia 10.
Aonde está o Sr. planejamento no que tange a prevenção, eu não sei e você sabe? Caso saiba passe o endereço dele para os governantes e quem sabe assim eles começam a fazer algo. Falta de efetivo não é desculpa, até porque se colocarem anúncios pedindo cidadãos voluntários que sejam capacitados para elaborarem projetos para estas áreas vai faltar espaço para atender todos eles.
Parabenizo em muito aos companheiros voluntários que fazem um exímio serviço em prol do próximo e que os governos num todo deveriam seguir o exemplo destes. 



Vejam mais fotos dos desastres:































Radioamadores auxiliam Defesa Civil no Rio


Por Isabela Bastos
Radioamadores sobem a Serra para tentar estabelecer comunicacao remota com Nova Friburgo.
RIO – Isolada por terra depois dos temporais que caíram na noite de ontem e com as comunicações por telefone fixo e celular interrompidas, Nova Friburgo depende, no momento, do trabalho de radio-amadores para se comunicar com o resto do Rio. Oito operadores de estação de rádio-amador estão auxiliando, em esquema de revezamento, a Defesa Civil daquele município, em auxílio aos sistemas de comunicação oficiais, que entraram em colapso com as chuvas e a falta de energia.
Segundo o coordenador estadual da Rede Nacional de Emergência de Rádio Amadores (Rener), vinculada à Secretaria Nacional de Defesa Civil, Carlindo Norberto Oliveira, uma equipe com oito rádio-amadores subiu a serra, na manhã e tarde desta quarta-feira, para montar duas estações provisórias de comunicação.
A equipe, dividida em três veículos com tração nas quatro rodas, rumou para Friburgo com o objetivo de se aproximar ao máximo da cidade, que está com todas as estradas interrompidas por quedas de barreiras.
- Não existe forma de se chegar por terra, no momento, a Friburgo, e a comunicação por telefone fixo e celular inexiste. O sistema de comunicação da Defesa Civil local está com problemas e estamos auxiliando. Oito radio-amadores da cidade estão auxiliando às autoridades públicas. Mas o serviço está sendo feito em revezamento porque eles dependem de baterias que já estão acabando. A equipe que subiu a serra foi incumbida de montar uma base de comunicação no meio do caminho e outra o mais perto possível da cidade – explicou Carlindo.
A equipe que vai tentar estabelecer uma fonte de comunicação com Friburgo está preparada para passar a noite na serra. Segundo o coordenador estadual da Rener, os rádio-amadores são pessoas com experiência em sobrevivência em situações adversas, uma vez que muitos deles são profissionais do Samu, da Marinha e até mesmo dos Escoteiros.
Ainda de acordo com Carlindo, Friburgo encontra-se alagada. Isso porque o nível das águas do Rio Bengala, que corta a cidade e transbordou, ainda não desceu.
_ Tivemos centenas de deslizamentos de terra e desmoronamentos de imóveis. Isso represou as águas do Rio Bengala, que vem descendo em alguns pontos, mas ainda muito devagar. O Centro da cidade hoje está complementamente alagado _ revelou o coordenador.



Matéria exibida no Fantástico - Radioamadores falam do serviço de utilidade pública prestado no Morro do Bumba




Matéria exibida no SBT 28/11/2008