Monitoramento de águas.
Com os reservatórios de água nos menores níveis da história em
algumas partes do Brasil, cresce a preocupação em monitorar melhor a
quantidade de água armazenada, minorando os prejuízos para a população.
A proposta de uma equipe da Universidade de Brasília (UnB) é
automatizar a tarefa usando veículos aéreos não tripulados (VANTs) -
mais conhecidos como drones ou cópteros.
A ideia é capturar imagens difíceis de obter em campo e por satélite
e, assim, preencher uma lacuna existente no sistema de sensoriamento
remoto.
"O drone pode voar abaixo das nuvens logo após uma chuva forte, por
exemplo, e registrar a movimentação de sedimentos na água, coisa
impossível de ser vista das estações terrestres e orbitais," disse o
professor Henrique Roig, um dos responsáveis pelo projeto.
Assim, haverá ganhos também na resolução das imagens, já que os
cópteros vão "ver" tudo mais de perto, permitindo seu uso também para
monitoramento de vazamentos de petróleo e outros produtos químicos.
Batizado de AquaVant, o veículo robótico será desenvolvido em
parceria com o Instituto Francês de Pesquisa e Desenvolvimento (IRD) e
com as universidades federais do Amazonas (Ufam) e do Ceará (UFC).
O protótipo pesa 2,5kg e tem um metro de diâmetro, podendo voar a altura máxima de 150 metros.
Drone das águas.
"Drones existem às centenas, mas quase todos estão voltados para
segurança, mapeamento territorial e agricultura de precisão," observa o
professor.
Assim, a principal parte do trabalho não será exatamente desenvolver
um veículo robótico, mas verificar qual tipo de aeronave se adequa
melhor para levar o equipamento necessário para o tipo de observação que
se tem em mente.
O projeto inicial prevê uma carga útil com cerca de 700 gramas,
consistindo principalmente de câmeras multi e hiperespectrais - uma
câmera hiperespectral registra 232 pontos em um único disparo.
"Nosso trabalho é descobrir qual das aeronaves servirá melhor para o
transporte das câmeras e, assim, obter os resultados desejados", diz
Roig.
Os primeiros testes estão sendo feitos com cópteros de seis e oito
hélices. Os vários eixos de motor proporcionam mais equilíbrio à
aeronave. A expectativa é que aeronaves de asas fixas sejam usadas para
sobrevoar áreas maiores no futuro.
O protótipo pesa 2,5kg e tem um metro de diâmetro, podendo voar a
altura máxima de 150 metros. A autonomia de voo é de até 30 minutos - o
tempo de duração da bateria varia de acordo com o peso dos sensores
transportados.